Blaxploitation

No final dos anos 1960 protestos raciais pipocavam em varias cidades dos Estados Unidos. Jovens negros lutavam pelos seus direitos civis e grupos ativistas como os Panteras Negras, pregavam a revolta armada. Em reflexo disso, vários artistas da Black music começaram a produzir musicas com mensagens políticas.

No cinema, apesar do ator negro Sidney Poitier estrelar várias produções hollywoodianas de sucesso, seus filmes não refletiam a realidade. Somente em 1971 com o lançamento do longa-metragem Sweetback’s Badaaasss Song, a comunidade negra pode se ver retratada de maneira como queria. Os negros foram alçados de vez a protagonistas da história: surgia o fenômeno Blaxploitation. Com o sucesso do longa, grandes estúdios começaram a produzir filmes do gênero.

O movimento ficou marcado por filmes de ação com trilhas sonoras matadoras e por retratar o negro como um garanhão bom de briga, que atua as margens da lei e que tem como maior inimigo, claro, os brancos. Mas ao contrário do que se imagina o gênero passeava também por outros estilos. Comédias, dramas, romances e até versões para ícones do horror como Frakenstein (Black Frankestein), Dracula (Blacula) foram feitos.

Apesar de ter perdido forças ao longo dos anos, o Blaxploitation provocou marcas indeléveis na cultura pop e abriu portas para toda uma geração de artistas negros, quebrou barreiras e serviu de influencia para diretores das mais diversas etnias.
Nessa sessão três filmes para tentar entender o porquê do gênero ser um dos mais emblemáticos dos anos 70.

Para começar a sessão, o sexy e violento Foxy Brown. Dirigido pelo genial Jack Hill é um dos mais cultuados filmes do “cinema de exploração”, tendo sido homenageado em 1997 no longa-metragem Jackie Brown de Quentin Tarantino, que também tem como protagonista a eterna musa Pam Grier, na seqüência o “Dracula's Soul Brother” – Blácula com o William Marshall encarnando a versão blax do lendário príncipe das trevas e pra fechar a madrugada Black Dynamite, filme que faz brilhante parodia do cinema blaxploitation utilizando de todos os clichês possíveis do gênero. Foi sensação no festival de Sundance de 2009.

Programação:
00:00 – Foxy Brown de Jack Hill
01:50 – Blácula de Willian Crain
03:50 – Black Dynamite de Scott Sanders


Bônus – Trilhas sonoras e vídeo-clipes "Blaxploitation" no bar

Serviço:
Filmes Malditos da Meia-Noite
Local: Cine Majestik
Endereço: Rua Major Facundo 866 - Centro
Data: 26 de fevereiro (Sábado)
Hora: Meia Noite
Censura: 18 anos 

Sinopses dos filmes:

Foxy Brown (Idem, 1974, EUA, 94 min)
Quando o agente policial Dalton Ford é morto a sangue frio por traficantes, a sua namorada, a voluptuosa Foxy Brown, resolve investigar o assassinato por conta propria. Em busca de vingança, se infiltra em rede de prostituição e drogas, onde irá buscar os verdadeiro culpados pelo crime
http://www.youtube.com/watch?v=-WjQndAFgwg&feature=related

Blácula (Idem, 1972, EUA, 93 min)
Colecionador de antiguidades compra caixão de um príncipe africano e o traz para Los Angeles. Porém, ele não sabe que a urna pertencia a Manuwalde , um monarca que em 1780 foi mordido pelo lendário Conde Drácula
http://www.youtube.com/watch?v=urhypIf72n8

Black Dynamite (Idem, 2009, EUA, 84 min)
Black Dynamite é um ex-agente da CIA, temido e admirado pela comunidade negra. Depois que seu irmão caçula é assassinado, ele volta à cena disposto a varrer as ruas atrás dos responsáveis pelo crime. Para isso terá que enfrentar os mais diversos tipos de bandidos, dentre eles cafetões, narcotraficante e lutadores de Kung-fu.
http://www.youtube.com/watch?v=nUc2rnwcTdw

Para ver também:

Coffy de Jack Hill
Across 110th Street de Barry Shear
Cleopatra Jones de Jack Starret
Shaft de Gordon Parks
Superfly de Gordon Parks Jr.

Produção e curadoria - Alex Oliveira (alexxoliveira@gmail.com)
A logomarca e o cartaz desta edição é assinada pelo artista Weaver Lima do coletivo MONSTRA

ESTE PROJETO É APOIADO PELA SECRETARIA ESTADUAL
CULTURA - LEI ESTADUAL Nº 13.811, DE 16 DE AGOSTO DE 2006

Video da edição passada Snuff

Snuff Movies

 

No ano de 1963 o diretor americano Herschell Gordon Lewis lançava o longa-metragem Blood Feast. O ousado filme de baixo orçamento mostrava a violência como nunca antes no cinema com cenas de desmembramentos, vísceras expostas e muito sangue. Surgia o subgênero chamado Gore. Pouco a pouco essa faceta mais grotesca do cinema de horror se desdobrou em vários outros tipos ainda mais repulsivos- O slasher, o splater e mais recentemente o Torture porn

Nada se equipara, no entanto, ao que se propõe o mais obscuro deles, ainda mais aterrador e radical, os chamados Snuff movies. Filmes de tortura, muitas vezes pornográficos em que alguns dos atores são assassinados de verdade.

Essa vertente sadista começou a ser disseminada quando, em 1976, um grupo de produtores pegou carona em boatos em torno de supostos vídeos com mulheres sendo mortas e lançaram o homônimo Snuff. Não demoraram a pulular filmes que se auto-intitulavam exemplares reais desse subgênero. Começou ai uma investigação do FBI, que durou mais de 20 anos e que nunca conseguiu comprovar que tais produções fossem verdadeiras.

Tudo não passaria de lenda urbana ou existiria mesmo um mercado negro de filmes subterrâneos onde só a máfia teria acesso?  Pra tratar desse tema controverso os Filmes Malditos trazem para edição de janeiro três longas-metragens que abordam os famigerados e horripilantes Snuff Movies.

Para começar a jornada o melancólico e escatológico Vida e Morte de uma Gangue Pornô, sobre uma exótica companhia de teatro que faz shows sócio-politicos provocantes pelo interior da sérvia, na sequencia Tesis- Morte ao vivo, sufocante suspense  de estreia do diretor chileno Alejandro Amenabar, vencedor de  sete prêmios Goya e para encerrar a maratona A serbian film, mais um exemplar do novo cinema trangressor sérvio, obcecado por sexo e violência. Dirigido, escrito e estrelado pelo estreante Srdjan Spasojevic. O longa já foi proibido em diversos festivais pelo mundo

Os Filmes Malditos consistem em projeções mensais de obras do panorama da cinematografia obscura. As sessões trazem ao público filmes com temáticas transgressoras, experimentais, ultrajantes, por vezes incompreendidas ou até proibidas. Em tempos de domínio dos chamados "blockbusters", os Filmes Malditos se configuram como um contraponto a este tipo de cinema hegemônico, trazendo aos olhos do espectador um universo subversivo, fantasioso, polêmico. Inquietantes e radicais essas produções que não se encaixam nas noções comuns do mercado, encontram espaço aqui.


Programação:

00:00 – Vida e Morte de uma Gangue Pornô de Mladen Dsordjvic
01:30 -  Pigs de Rozz Williams e Nico B
01:50 – Tesis de Alejandro Amenábar
03:50  - Gave Up (Broken movie)  de Peter Christopherson
04:00 – A serbian film de Srdjan Spasojevic

Bonus trash
- A série August underground nas cabines individuais



Serviço:
Filmes Malditos da Meia-Noite
Local: Cine Majestik
Endereço: Rua Major Facundo 866 - Centro
Data: 29 de janeiro (Sábado)
Hora: Meia Noite
Censura: 18 anos


Sinopses dos filmes

Vida e Morte de uma Gangue Pornô ( Zivot i smrt porno bande, 2009, SER, 90 min)
Depois de não conseguir realizar seu primeiro longa-metragem, diretor de cinema iniciante resolve montar companhia de teatro pornô itinerante. Durante a turnê pela Servia, conhece misterioso produtor de filmes que irá mudar a trajetória do seu grupo pra sempre.
Trailer - http://www.youtube.com/watch?v=CVAmjidphdE&feature=player_embedded

Tesis- Morte ao Vivo (Tesis, 1996, ESP, 118 min)
Estudante de audiovisual resolve fazer tese pra faculdade sobre a violência no cinema. Em uma fita de vídeo que assiste, descobre que uma jovem estudante foi assassinada violentamente. Junto a um amigo, fã de filmes de horror, decide então investigar o crime brutal
Trailer - http://www.youtube.com/watch?v=ybiMDmzE9GQ&feature=relatedA

Serbian film (Srpski film, 2010, SER, 98 min)
Ex-ator de filmes pornográficos, com problemas financeiros, aceita retornar ao antigo trabalho após uma oferta irrecusável. Apesar de não saber do que realmente se trata o filme e das reais intenções do diretor por trás dele.Trailer - http://www.youtube.com/watch?v=1T6YM7RE5wQ&has_verified=1


Para ver também:

Hardcore de  Paul Schrader
Emmanuelle na América de Joe D’Amato
Videodrome de David Cronenberg
Last house on dead end street de Roger Watkins

Produção e curadoria - Alex Oliveira (alexxoliveira@gmail.com)
A logomarca e o cartaz desta edição é assinada pelo artista Weaver Lima do coletivo MONSTRA.

ESTE PROJETO É APOIADO PELA SECRETARIA ESTADUAL
CULTURA - LEI ESTADUAL Nº 13.811, DE 16 DE AGOSTO DE 2006